A comunicação interna diz, principalmente, do fluxo de informação institucionalizado da empresa com seus colaboradores. Ela tem como objetivo principal utilizar-se da informação como estratégia de engajamento para a conquista dos objetivos organizacionais. Um questionamento frequente é a utilização do whatsapp como canal oficial com os colaboradores.
Para a garantia desta logística de informação, precisamos estabelecer canais de comunicação interna, alicerce fundamental deste relacionamento com os funcionários. Um canal com o público interno deve ter definido as seguintes condições para ser conferido como tal: objetivo, periodicidade, definição do público-alvo (considerando os diferentes grupos internos), principal atributo, foco editorial, benefícios e indicadores. Ainda, é importante trazer uma identidade visual a ele, com o objetivo de edificarmos a institucionalização desejada – o canal ser percebido como fonte oficial da organização.
O whatsapp, aplicativo multiplataforma de mensagens instantâneas e chamadas de voz para smartphones, frequentemente é questionado diante da sua eficácia enquanto canal de comunicação interna. É importante reforçarmos que este aplicativo foi estruturado com o objetivo de estabelecer comunicações interpessoais, o que diz de uma comunicação um a um, ou de uma pessoa para poucas, além de ter o foco de tratar assuntos pessoais, não corporativos.
Vale destacar também outros pontos que fazem o whatsapp não ser percebido como um canal de comunicação interna:
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Mensuração de resultados: segundo a ABERJE – Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, um dos principais desafios do whatsapp como canal de comunicação interna é a conquista de um olhar analítico para os resultados, pois ele não entrega de forma automatizada indicadores do canal.
Segurança da informação: o whatsapp vem sendo alvo de diversos ataques cibernéticos, o que sinaliza a baixa segurança fornecida pelo aplicativo. A segurança no acesso a informações, bem como a criptografia, são requisitos importantes para um canal de comunicação interna.
Respaldo jurídico: a recomendação para as empresas é que qualquer mensagem relacionada ao trabalho, deve ser enviada durante a jornada de trabalho, que em regra corresponde à 8 horas diárias e 44 horas semanais, sob pena de ficar caracterizado hora extra ou sobreaviso. Ao administrador do grupo do WhatsApp, é recomendável efetuar o bloqueio do recebimento da mensagem fora do horário de expediente, finais de semana, ou durante a madrugada, pois para TST, o empregado não tem como saber se a mensagem recebida é ou não assunto de trabalho, sendo necessário abrir o aplicativo para verificar, tirando assim o seu direito à desconexão ao trabalho. Ainda, se faz necessário, o empregador fornecer o celular corporativo aos empregados para que estes recebam informações oficiais pelo dispositivo.
Interações: é necessário pensar cada vez mais a comunicação interna com o viés de mão dupla. Não ser apenas uma comunicação da direção para a base, mas sim ser uma comunicação democrática e com espaço para interações. A comunicação via whatsapp não estimula este diálogo quando feita a partir de grupos ou listas de transmissão. E quando acontece, é feita de forma desordenada.
Atenção da audiência: por se tratar de um canal também pessoal, quando a empresa não entrega um celular corporativo, as informações acabam sobrepostas. Assim, os colaboradores não conseguem, em muitos casos, se desconectar do trabalho, diante da sensação de imediatismo e alertas que o whatsapp pressupõe, o que dificulta a assimilação das mensagens.
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Sobre a autora
Dani Moreira é Especialista em Comunicação Interna e Endomarketing e Embaixadora da Marca Prodtool.
Pós-graduada em Comunicação Corporativa pela ESPM e atua há 10 anos com Comunicação e já passou pelos setores de varejo, mídia, tecnologia e educação.
